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SETEMBRO AMARELO

  • Foto do escritor: Cultura e Café
    Cultura e Café
  • 27 de set. de 2018
  • 4 min de leitura

A depressão é uma doença silenciosa que não escolhe vitimas.


Por Roberta Borba

A tristeza é resultado de perdas e desafios que a vida trás , porém quando esse sentimento se intensifica, faz nossa vida parar de ter sentido e acaba durando muito tempo, então, se torna depressão.

Um ente querido vem a falecer e tudo na vida começa a dar errado, isso nos coloca pra baixo e quando não conseguimos nos reerguer, começamos a mudar o comportamento, as coisas simples do dia a dia que te deixavam feliz e você fazia questão de correr atrás agora não tem tanta importância, você não vê sentido em levantar da cama todos os dias, mas também não consegue dormir, só quer ficar em sua bolha em um canto isolado de todos. Os dias vão se arrastando, você para de sair e conversar com os amigos próximos e aos pouco com a família também, até que você se vê isolado cheio de pequenas coisas que um dia lhe fará explodir e deixar de enxergar o sentido da vida.

Quando a situação chega ao extremo muitos tentam, ao seu modo, pedir socorro, o problema é que as pessoas ainda tratam a depressão, como frescura, alguém fraco que não é capaz de suportar os abrolhos da vida.

SINTOMAS DEPRESSIVOS

· Problemas de saúde ( dor de cabeça, constipação, dor de cabeça e no peito, cansaço e dores no corpo ).

· Alterações de humor, sono, peso e fome.

· Desinteresse em coisas que eram necessárias ou prazerosas.

· Falta de concentração

· Em casos extremos os pensamentos de morte são recorrentes


EXPLICANDO DEPRESSÃO PARA MINHA MÃE EM UMA CONVERSA


Em 2015 a poetisa Sabrina Benaim comoveu a internet com sua peça “Explaining my depression to my mother” baseada em sua vida, Sabrina se emociona enquanto conta o seu relato. Sua obra gerou um corrente em vários países, conscientizando as pessoas sobre como uma pessoa se sente durante a depressão.


Mãe, minha depressão é um metamorfo. Um dia ela é tão pequena quanto um vagalume na pata de um urso, e no próximo dia é o urso. E nestes dias eu me finjo de morta até que o urso me deixe sozinha.

Eu chamo os dias ruins de dias negros. Minha mãe me diz: “tente acender velas”. Quando eu vejo uma vela eu vejo o brilho de uma igreja, a tremulação de uma chama, as faíscas de uma memória mais jovem que o meio dia. Eu estou de pé ao lado de seu caixão aberto. É o momento em que eu aprendo que cada pessoa que eu já conheci irá algum dia morrer. Além disso, mãe, eu não estou com medo do escuro, talvez isto seja parte do problema.

Minha mãe me diz: “eu acho que o problema é que você não consegue sair da cama.” Eu não consigo. A ansiedade me mantém refém dentro de minha casa, dentro de minha cabeça.

Minha mãe me diz: “de onde a ansiedade vem?” Ansiedade é o primo de fora da cidade fazendo uma visita, que a depressão se sentiu obrigada a levar para a festa. Mãe, eu sou a festa. Só que sou uma festa que eu não quero ser.

Minha mãe me diz: “por que você não tenta ir a festas de verdade e ver seus amigos?” Claro, eu faço planos. Eu faço planos, mas eu não quero ir. Eu faço planos porque eu sei que eu deveria querer ir. Eu sei que algumas vezes eu gostaria de ter ido, é que, simplesmente não é muito legal se divertir, quando você não quer se divertir, mãe.

Sabe, mãe, toda noite a insônia me pega em seus braços, e me larga na cozinha no tênue brilho da luz do fogão. A insonia tem esse jeito romântico de fazer a lua parecer uma perfeita companhia.

Minha mãe me diz: “Tente contar ovelhas”. Mas minha mente só consegue contar razões para eu ficar acordada. Então eu saio para caminhar. Mas meus joelhos disfêmicos fazem “clack” como colheres de prata, seguradas em braços fortes com pulsos frouxos. Eles tocam na minha cabeça como desajeitados sinos de igreja. Me lembrando que eu estou sonambulando num oceano de felicidade que não posso me batizar nele.

Minha mãe me diz que: “ser feliz é uma decisão.” Mas minha felicidade é tão vazia quanto um ovo furado por uma taxinha. Minha felicidade é uma febre fervente que vai estourar.

Minha mãe me diz que: “eu sou tão boa em fazer algo do nada, e depois na cara dura me pergunta “se eu tenho medo de morrer?”. Não, eu tenho medo é de viver.

Mãe, eu estou sozinha. Eu acho que eu aprendi, quando o papai foi embora, a transformar a raiva em solidão e a solidão em ocupação. Então, quando eu te digo que eu tenho estado super ocupada ultimamente, eu quero dizer que ando caindo no sono assistindo o noticiário esportivo no sofá para evitar confrontar o espaço vazio na minha cama.

Mas minha depressão sempre me arrasta de volta para minha cama, até que meus ossos sejam os fosseis esquecidos de uma cidade esquelética afundada, minha boca um cemitério de dentes quebrados de tanto morder a si mesmos.

O auditório vazio de meu peito desmaia com ecos de batidas do coração. Mas eu sou uma turista descuidada aqui, eu nunca vou verdadeiramente saber todos os lugares que eu estive.

A minha mãe ainda não entende. Mãe, você não consegue perceber… que eu também não?

Sabrina Benaim

AÇÕES QUE SALVAM VIDAS


Temos que para de tentar "concertar" as pessoas e começarmos a corrigir a nos mesmos, tentar descobrir se nos fazemos mal aos outros com nossos gestos e ações e buscar saber sobre como as pessoas ao nosso redor estão, se elas estão precisando de ajuda, dar amor ao próximo é a melhor alternativa.

O clichê "você não esta sozinho" não é uma mentira e se ainda tem vergonha de revelar o seu estado a alguém ligue anonimamente para o número 188, a sua vida vale a pena.




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